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  • Foto do escritorO INCONFIDENTE

... PORQUÊ QUE CONSIDERO QUE TODOS, MAS MESMO TODOS OS POLITICOS SÃO CRIMINOSOS...

... e de como ninguém quer saber...


Disrupção nos sistemas alimentares, alterações climáticas, perda de terra arável, secas prolongadas, fome em zonas onde não pensaríamos possível esse fenómeno.

Lamento informar, mas todos estes fenómenos que acabei de enumerar e mais alguns que aqui não estão, acontecem, neste momento, em Portugal.

Há muito que sabemos o que vai acontecer, temos cenários estabelecidos, temos dados, temos estudos. Os políticos, os assessores, os decisores políticos, os agentes intermédios, todos estão informados. Aliás, é toda esta gente que fomenta muitos destes estudos.


E o que fazemos com todo este conhecimento ? De palpável, nada. Reagimos em cima dos problemas e como tal actuamos mal e actuamos tarde. Em algumas vezes, andamos para trás.

Com alguns exemplos isto que estou aqui a dizer, vai perceber-se muito melhor. Vamos pegar em três temas relacionados com o clima e com o que está a acontecer em Portugal: SECA, ONDAS DE CALOR, que estão tão em moda e PLUVIOSIDADE.

Vamos também concentramo-nos no Algarve.

As mais recentes projeções climáticas apontam para o agravamento das tendências já observadas no presente em Portugal e no Algarve em particular: diminuição da precipitação média anual, aumento da temperatura média anual, subida do nível médio da água do mar, resultando em galgamentos oceânicos (Martínez-Graña et al., 2016), e aumento dos fenómenos extremos. Estes impactos afetam as esferas ecológica, social e económica, provocando perdas substanciais ligadas à agricultura, energia, saúde humana, segurança de pessoas e bens, incêndios, secas e zonas costeiras
4.1. Disponibilidade hídrica Os recursos subterrâneos e superficiais encontram-se em constante pressão devido à sua exploração para consumo agrícola, doméstico e/ou industrial. Esta exploração pode constituir um impacto importante para os ecossistemas dependentes de água subterrânea, para além de haver a possibilidade de intrusão de água salobra marinha, um problema considerado mundialmente grave. Este problema pode vir a ser agravado devido à combinação entre o aumento do nível médio do mar e a redução da recarga dos aquíferos, associada à diminuição da precipitação e ao aumento da temperatura causados pelas alterações climáticas (Stigter et al., 2014). Neste sentido, projeta-se que os aquíferos venham a ser afetados com a evolução do aquecimento global, particularmente em regiões semiáridas e áridas, como é o caso do Algarve. Simultaneamente, o aumento da frequência, da intensidade e da duração das secas pode criar vários desafios na gestão dos recursos hídricos e, consequentemente, tensões entre as diferentes partes interessadas no recurso.
4.1.1.2. Índice de seca (…) No período de trinta anos referentes ao histórico modelado (i.e., 1971-2000), estima-se que tenham ocorrido um total que varia entre 50 e 61 meses em seca, mediante a posição geográfica no Algarve. Através da análise do padrão espacial da ocorrência de meses em seca apresentado na Figura 26, verifica-se a predominância de um maior número no Sotavento. O número de meses em seca aumenta do Barlavento para o Sotavento, mas também do litoral para o interior

Vamos agora às ONDAS DE CALOR.


Em cenário de alterações climáticas, a duração média das ondas de calor apresenta uma tendência de aumento, sendo exceção pequenas áreas na serra de Monchique. Esta tendência será mais pronunciada no litoral do Sotavento Algarvio onde a duração poderá aumentar, em média, mais de quatro dias no cenário RCP8.5 e no final do século (Figura 65 e Tabela 29

(…)

4.2.2. Impactos e vulnerabilidades das temperaturas elevadas O agravamento dos eventos relacionados exclusivamente com temperaturas elevadas tem consequências para diferentes setores. No caso da Saúde Humana são esperados impactos na mortalidade, na qualidade do ar ou na ocorrência de doenças transmitidas por vetores. O aumento das temperaturas terá também consequências para os setores da Energia e Economia, devido a uma maior necessidade de arrefecimento das habitações e edifícios onde se desenvolvem diferentes atividades económicas como comércio, serviços ou atividades relacionadas com o turismo. Também os Transportes terão de responder às alterações projetadas nas temperaturas elevadas, devido a eventuais impactos tanto nos utilizadores como nas infraestruturas de transporte. Os impactos dos aumentos das temperaturas têm ainda consequências nos setores da Agricultura e Recursos Hídricos, pois promovem, por exemplo, uma maior evapotranspiração das plantas e necessidades acrescidas de irrigação, ou situações de perda de produtividade. Todas estas situações, em particular durante a ocorrência de eventos extremos como ondas de calor, implicam que a proteção civil terá uma maior solicitação, pelo que o planeamento de emergência e a capacidade de resposta terá de ser reequacionada.

Vamos agora à PLUVIOSIDADE

4.4.2. Impactos e vulnerabilidades das cheias e inundações Após a correção do viés nas projeções climáticas, procedeu-se à modelação das zonas inundadas, maioritariamente associadas a cheias pluviais. No entanto, nas zonas em que os níveis de inundação são condicionados pelas marés, tem-se em conta a respetiva influência. As zonas modeladas encontram-se representadas na Figura 100. A metodologia utilizada para a avaliação da vulnerabilidade às cheias e inundações pluviais na região algarvia, segue a mesma abordagem da Elaboração de Cartografia Específica sobre Risco de Inundação para Portugal Continental, realizado pela Agência Portuguesa do Ambiente (Aqualogus e Action Modulers, 2014) 4.4.2.1. Zonas críticas de inundações A modelação hidráulica para cheias e inundações de origem pluvial, permitiu a delimitação das zonas de inundação para as áreas de estudo selecionadas, considerando a precipitação associada aos períodos de retorno de 20 e 100 anos relativos à precipitação observada e projetada em cenários de alterações climáticas. Desta análise resultaram ainda informações da altura máxima da coluna de água e da velocidade máxima do escoamento nas áreas inundáveis associadas aos períodos de retorno estudados Rio Arade (Lagoa, Portimão e Silves) O rio Arade nasce na serra do Caldeirão e desagua diretamente no oceano Atlântico, na zona de Portimão. Neste rio e atendendo à zona modelada com maior detalhe (entre Silves e Portimão/Lagoa), observa-se que a inundação associada à precipitação observada, ocorre maioritariamente em zonas de aluvião, onde predominam atividades agrícolas. A área urbana de Portimão encontra-se relativamente protegida de cheias e inundações com proveniência do rio, e origem em precipitação intensa. A situação é semelhante no município de Lagoa, embora existam edifícios localizados na zona da Mexilhoeira da Carregação, junto à Estrada Nacional 125, que poderão ser potencialmente afetados. Os maiores impactos em áreas urbanas fazem-se sentir em Silves (margem direita do rio Arade), nomeadamente na sua frente ribeirinha com consequências para a circulação na Estrada Nacional 124, bem como em edifícios ou quarteirões localizados junto à estrada (alguns dos edifícios encontram-se a uma cota mais baixa do que a EN124), onde se desenvolvem algumas atividades relacionadas com comércio, serviços ou habitação. No que diz respeito às áreas inundáveis para o presente, observa-se que as cheias com período de retorno de 20 anos e de 100 anos são bastante coincidentes em área, embora a altura máxima da coluna de água seja superior no segundo caso (Figura 105).
4.4.3. Adaptação no âmbito das cheias e inundações pluviais As alterações climáticas, com origem antropogénica, projetam modificações nos regimes de precipitação, revelando para a região da Europa mediterrânica, uma diminuição significativa da precipitação anual acumulada (Hov et al., 2013) e um aumento de precipitação associada a eventos extremos (IPCC, 2012). Na região do Algarve verificam-se as mesmas tendências, embora com menor gravidade que noutras regiões da Europa. No entanto, é uma situação que deve ter a devida atenção uma vez que implicará o aumento de diversos impactos, tanto no âmbito do setor da segurança de pessoas e bens, como no setor da Economia, onde se enquadram atividades como o comércio, serviços (em particular o turismo) e indústria, muitas vezes localizadas em áreas de risco de inundação. Também os transportes e comunicações serão afetados pelas alterações climáticas, aumentando a probabilidade de dano potencial, podendo ocorrer com mais frequência situações de interrupção da circulação devido a danos nas estradas, caminhos-de-ferro, pontes, entre outras estruturas. Atendendo às projeções das alterações climáticas neste domínio e aos impactos e vulnerabilidades identificadas, foram delineadas medidas de adaptação em diferentes setores abordados no âmbito do PIAAC-AMAL. A Tabela 47 resume os setores e as respetivas opções estratégicas, onde se encontram definidas medidas de adaptação no âmbito das cheias e inundações e respetivos impactos e vulnerabilidades. As medidas de cada opção estratégica encontram-se elencadas no capítulo 6 do presente documento, sendo descritas em detalhe no Anexo I do PIAAC-AMAL.

Este post já vai longo. Por isso vamos resumir a questão ao seguinte: se eu souber que a minha acção pode causar mal a alguém, e ainda assim conformar-me com o resultado e não alterar a minha atitude, eventualmente, cometo um crime. É ISTO QUE O NOSSO GORVERNO ESTÁ A FAZER COM TODOS OS CIDADÃOS DESTE PAÍS E É ISTO QUE TODOS OS AUTARCAS, NOMEADAMENTE, ALGARVIOS, ESTÃO A FAZER COM AS SUAS POPULAÇÕES.

Há muito anos que estes actores políticos são dos resultados das alterações climáticas, em particular, na nossa região algarvia. O plano intermunicipal de adaptação às alterações climáticas do Algarve, está em preparação, desde 2016 e foi apresentado publicamente em Março de 2019. Passados mais de 3 anos, pouco ou nada foi feito e as populações destes locais que irão sofrer mais com as alterações climáticas, estão à mercê da vontade de políticos cujo racional não passa por nada mais do que a legislatura. Quando do que estamos a falar é de soluções para problemas geracionais.

Quem actua desta forma, por acção ou por omissão, outro adjectivo não pode ter que não seja o de criminoso e é a esta gente que as populações estão entregues. E, pior que tudo, passivamente, entregues.

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